sábado, 26 de fevereiro de 2011

Why are you on your own tonight?






"'If you're so funny
then why are you on your own tonight?
and if you're so clever
then why are you on your own tonight?
if you're so very entertaining
then why are you on your own tonight?
if you're so very good looking
why do you sleep alone tonight?
I know because tonight is just like any other night
that's why you're on your own tonight
with your triumphs and your charms'

It's so easy to laugh
it's so easy to hate
it takes strength to be gentle and kind"


outra hora digo o que penso sobre isso... embora eu ache que não seja necessário.

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Penso, logo não sou.

Explodo, descompasso e excomungo de mim aquilo que eu acreditava ser quem eu era. Reconheço minha miserabilidade, insignificância e nesse criar de verbos que no verbear cortam o vento, nessa pornografia lingüista, tento, humildemente, descrever a plenitude do que isso significa, se é que significa algo ao significar nada.
Viver a vida, crescer, adquirir cultura, se relacionar, se frustrar, trabalhar, criar família, produzir mais do mesmo, viver - viver o que? Viver com base em pequenos eventos, torcer por finais de semanas mornos para cair numa doce ilusão de existência. Mentir para si mesmo, fugir das perguntas e das necessidades pode ser uma das únicas saídas para que o homem queira viver neste mundo e, tendo como base minha pobreza, esquecer dessas questões, vadiar a vida como um animal vaga, seria o mais sensato.
Indagar aquilo que não tem resposta é a maneira mais exata de se matar todos os dias, é tornar a vida um martírio diário em um caldeirão de aflições, é tornar-se algo novo, algo morto a cada momento.
De onde vem nossa dependência? Qual é nossa droga? A plenitude infinita e insignificante de meu ser. Esperança? Nunca tive.
Sou um retalho de expectativas correspondidas e frustradas, mais estas que aquelas. Insisto em existir, insisto em demonstrar falsa grandeza a quem não se importa, numa tentativa desesperada de me entorpecer daquilo que é mundano: sexo, bens, dinheiro, família, amigos, sociedade e... Diabo! Busco a paz quando na verdade apenas oculto o caos que há em mim.
Minto para mim mesmo ao crer que sei quem sou ou que sou o que sei. Como exigir dos outros a constância que não encontro em mim? Ou será possível que todos sejam constantes e eu seja o fato inconstante de meu próprio universo? O ser humano não foi feito para coexistir com outros universos, embora haja a necessidade biológica disso, o ser antropopsicológico chamado humano tenta ser o criador e rei de sua própria realidade, tenta subjugar outros universos ao seu num reflexo que é natural daqueles seres que se congregam por interesse, por medo do existir. Mas quem gostaria de existir? “Existir é ilógico”, não é próprio de seres racionais.
Criamos palavras e conceitos tentando aprisionar a existência em nossa falsidade, tentamos fugir do oco que é a realidade por meio de nossas criações, tão ocas quanto. Preencher o vazio com o vazio, pensar que o vazio é algo, vendar os olhos da alma para não ter que existir.
Afogo em mim mesmo, na plenitude da insignificância, do nada. Reconheço meus limites, minha fome, admito a derrota com a boca de minha alma costurada.
Eu indaguei, conseqüentemente, existo e tenho fome de existência em um mundo que não existe, não me alimenta.
A realidade é uma inconveniência à alma humana, é desnecessária à vida, é vazia e o que mais temos de pleno em nosso interior. A verdade é que a única coisa absoluta é o nada, ao buscar ser absoluto, encontro nada. Nada sou, nada serei. A contragosto, me aproximo da verdade, verdade essa que todos se tornam no fim, no cair da morte.
Fui condenado a morrer em vida, não posso cair no deleite pleno do vazio, tampouco posso saciar meu desejo de existir.
In death we find awe.